Tenho reflectido sobre a palavra "abúlico".
Uma estranha mistura entre "u" e "éle" que, quando a pronuncio, sinto-me em processo de asfixia.
Parece que "abúlico" tem fome de existir e obriga-me a dedicar-lhe todo o meu ar.
Isto não acontece com "casa" que está mais que saciada ou com "mar" que se alimenta a si próprio.
Geralmente não tenho ar suficiente para que "abúlico" se sinta satisfeito e este, como contrapartida, não me deixa chegar ao seu "o".
Terão as palavras alma própria?
Será a minha função desvendar-lhes a fome, a sede, a vida?
Elisa